Indo e vindo por essas estradas, para conversar com as pessoas que contaram essas histórias, pudemos também sentir na pele um pouco da vivência das mais de 80 mil pessoas que trafegam diariamente pela Via Dutra, só no trecho da região do Vale do Paraíba. Apesar de existirem modelos comprovadamente mais eficientes, como o sistema por trilhos, o país ainda é movido pelas estradas. Cláudio tentou cursar administração, seguindo uma carreira “certinha” para agradar ao pai. Mas quando a conversa chega a certo ponto, admite que foi seduzido pela boleia do caminhão e não pode abandonar essa paixão. “Meu pai quis me matar, mas não tem jeito. É gosto né.”, sorri,
contente e realizado. O trabalho começa cedo, as viagens costumam ter início às 5 da manhã e seguem até cerca de 9 da noite. Ele se diz sortudo, pois dirige apenas pelas melhores estradas que existem, as que cruzam a nossa região. Em especial, ele tem um carinho pela Dutra. E quando você faz amizade com um motorista, adquire confiança para conhecer outros também. Luiz, por exemplo, é carreteiro há 8 anos. No fim de semana, também passou pela Via Dutra. Mas ao contrário dos outros dias em que está a trabalho, dessa vez percorreu com a família 190km de Bragança Paulista até Aparecida para pedir as bênçãos da Mãe Aparecida.